sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Um pequeno sorriso.

Tem coisas que acontecem no meio de um dia tedioso, que mudam completamente nossos roteiros.
Acho que as metáforas diárias deveriam cair do céu mais vezes, nos colos desolados de quem senta num banco de praça.
Parábolas do acaso, num dado momento despercebido de uma vida morninha.
Seja a vida de quem for.
Se trouxer encanto para as almas envolvidas, valeu por anos.
O encanto está se esvaindo, perdendo o jeito dos cotidianos alheios.
Nada nessa vida é mais sem porquê, sem razão.
Por que essa necessidade nula de se explicar o que pode ser apenas sentido?
Por que a maldade e a incerteza tem que brotar a dúvida em tudo que vivemos e dizemos?
É bem verdade que não vivemos num paraíso, nem a vida é uma novela.
Mas, somos nós mesmos quem fazemos a vida mais dura, que a levamos a ferro e fogo, sem ternura alguma para aceitar um sorriso de um pequeno estranho.
E, mesmo num dia ruim, dar em troca um outro sorriso sem motivo.
E eu me ví, quase negando um sorriso a aquele pequeno ser, sentado numa calçada olhando para mim, pelas besteiras que me fizeram triste naquela manhã de sexta-feira, até pensar no contexto dele, até me dar conta de que aquele menininho que podia ter recebido vários não-sorrisos iria receber mais um.
E porquê?
Então, sorri pra ele, e quem ganhou com isso fui eu.
Quem precisava daquele sorriso era eu.
Meu dia começou a mudar a partir dali, a partir daquele gesto.


E novamente, algo mudou dentro de mim.

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